Setembro Amarelo: por que falar sobre saúde mental é fundamental
- Equipe Beleza Saúde

- 10 de set.
- 3 min de leitura
O Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a saúde mental. Muito além de um mês simbólico, ele nos convida a refletir sobre como cuidamos de nós mesmos, sobre a importância do acolhimento e, principalmente, sobre a necessidade de quebrar o tabu em torno do tema.
Falar sobre saúde mental ainda gera desconforto para muitas pessoas. Entretanto, abrir espaço para o diálogo é um passo essencial para que possamos identificar sinais de sofrimento, apoiar quem precisa e buscar ajuda quando necessário.
Para aprofundar essa conversa, a Beleza Saúde convidou o psicólogo Rennan Bueno para responder algumas dúvidas frequentes sobre o assunto. Confira abaixo:
Perguntas e respostas sobre saúde mental
Q: Quais são as diferentes abordagens terapêuticas (psicanálise, comportamental, etc) e como posso identificar qual funciona melhor para mim?
Entre as principais linhas de abordagem, podemos destacar a Psicanálise, Behaviorismo, Cognitiva, Humanismo e Fenomenologia. Há ainda, dentro de cada abordagem, autores que divergem na maneira de lidar com as questões humanas. Não há uma fórmula exata para identificarmos qual a “melhor” linha; em diferentes momentos da vida e por diferentes questões, podemos nos relacionar mais intensamente com uma abordagem específica. Também pode acontecer de não sentir a fluidez do processo terapêutico com um terapeuta de uma abordagem X e, ao mesmo tempo, se conectar com outro profissional da mesma linha.
Q: Muitas vezes a saúde mental é tratada só quando há crise. É possível criar uma rotina preventiva, assim como fazemos com check-ups físicos?
Sim. É possível cuidar da saúde mental antes das crises. Através da terapia, podemos observar momentos de repetição, aumento de estresse, início de quadros depressivos, entre outras circunstâncias. Ao nos conhecermos melhor, conseguimos perceber sinais sutis — assim como acontece no corpo quando notamos os primeiros sintomas de uma gripe, por exemplo. Esses sinais são fundamentais para agir preventivamente e evitar que situações evoluam para crises mais intensas.
Q: O que acontece no cérebro quando uma pessoa sofre com ansiedade ou depressão? Isso ajuda a reduzir o estigma de que é “frescura”?
Ansiedade e depressão estão diretamente relacionadas a alterações na neurotransmissão de substâncias como noradrenalina, serotonina e dopamina. Áreas como a Amígdala, o Córtex Pré-Frontal e o Hipocampo são impactadas, afetando funções como memória e regulação emocional. Portanto, não se trata de “frescura” ou falta de vontade, mas de condições que envolvem funcionamento cerebral e precisam de cuidado adequado.
Q: Por que é tão difícil pedir ajuda quando estamos passando por um sofrimento emocional?
Alguns preconceitos e construções culturais dificultam esse pedido. Em muitos contextos, aprendemos que precisamos lidar com os problemas sozinhos, ou que buscar ajuda é sinal de fraqueza. Além disso, a forma como acreditamos ser vistos pelos outros influencia esse movimento. Felizmente, isso vem mudando: falar sobre saúde mental está, aos poucos, se tornando parte da cultura, assim como cuidar da saúde bucal já é hoje.
Q: As redes sociais podem ser gatilho para transtornos, mas também ferramenta de acolhimento. Como encontrar o equilíbrio?
Assim como em outras áreas, as redes sociais trazem tanto informação quanto desinformação. É essencial avaliar a credibilidade das fontes e desconfiar de promessas simplistas. Cada pessoa é única, e a saúde mental exige um olhar individualizado. Da mesma forma que evitamos cair em “fórmulas mágicas” no mundo dos investimentos, também precisamos questionar soluções genéricas para questões emocionais.
Q: Qual a importância de falar sobre pequenos sinais (insônia, mudanças de apetite, irritabilidade) que muitas vezes são normalizados?
Esses sinais podem indicar alterações importantes no bem-estar mental. Observar a frequência e intensidade deles ajuda a identificar se estão prejudicando a rotina ou relacionados a situações específicas. Além disso, é possível aliar o cuidado psicológico a outras áreas, como nutrição e atividade física, construindo um olhar mais amplo sobre a saúde.
Não se esqueça
O Setembro Amarelo reforça que saúde mental é um tema que precisa estar presente todos os dias, não apenas em momentos de crise. Procurar ajuda, falar sobre o que sentimos e estar atento aos sinais são atitudes que salvam vidas!






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